No dia 30 de abril aconteceu o primeiro Webinar #GoLearning, uma parceria entre este blog e a Keeps. O tema foi: Educação Corporativa dá resultado? E eu tive o prazer de conduzir este assunto que me acompanha desde 2008, quando comecei a trabalhar com e-learning.
Dividido em três blocos, no primeiro discutiu-se o termo “resultado”. De imediato, ele nos remete a números, gráficos, indicadores que levam ao lucro da empresa. Mas, no contexto de Educação Corporativa (EC), a palavra ganha outras proporções.
A base da EC são as competências. Ou seja, o seu propósito é promover a criação e o aprimoramento de competências junto aos colaboradores que vão gerar aprendizagem organizacional. Quem trabalha com Recursos Humanos conhece o famoso CHA, que define competência:
- Conhecimento
- Habilidade
- Atitude
Na Educação Corporativa, esse “CHA” ganha uma letrinha a mais:
- Conhecimento
- Habilidade
- Atitude
- Resultados
A aprendizagem organizacional, advinda do desenvolvimento de competências, precisa dar resultados. De nada adianta fazer o mapeamento das competências de uma organização, desenvolvê-las ou aprimorá-las se não resultar em vantagem competitiva para a empresa. Em outras palavras, o aprendizado precisa ser aplicado, de fato, no negócio da organização.
Madruga (2018), autor do livro Treinamento e Desenvolvimento com foco em Educação Corporativa, realizou uma pesquisa para identificar os resultados obtidos por empresas que promovem o desenvolvimento de seus colaboradores com base no ganho de competências. No total, foram identificados 20 resultados! Isso revela não só a importância da Educação Corporativa, mas a responsabilidade dos gestores para que o aprendizado organizacional não seja uma ação isolada, sem sentido. Precisa estar alinhado com o negócio da empresa e, sobretudo, ser um processo contínuo.
A verdadeira Educação Corporativa ocorre quando a organização estabelece um processo contínuo, vigoroso e planejado de implementação de várias modalidades educacionais fundamentadas em técnicas e métodos de ensino estruturados e motivadores, visando ao desenvolvimento de competências nos seus colaboradores e parceiros sem excluir grupos nem cargos. (MADRUGA, 2018).
Nesse sobrevoo rápido para introduzir o assunto no primeiro bloco, concluiu-se que o cerne da questão não está em saber se a Educação Corporativa dá ou não resultados, mas quais são esses resultados e como alcançá-los. E assim começou o segundo bloco do Webinar, apresentando os 20 resultados obtidos por empresas que promovem o desenvolvimento de seus colaboradores (MADRUGA, 2018):
- Melhora a autoestima.
- Promove o surgimento de talentos.
- Proporciona mudança de hábitos e atitudes do colaborador.
- Conduz pessoas a novas descobertas.
- Aumenta a produção e produtividade.
- Cria a cultura de investimento em pessoas.
- Desperta a colaboração para redução de desperdícios.
- Reduz erros repetitivos.
- Reduz custos de não conformidade.
- Reduz o absenteísmo.
- Reduz o risco de litígios com clientes.
- Reduz o turnover.
- Aumenta tempo de permanência dos funcionários na empresa.
- Desenvolve equipes autogerenciáveis.
- Constrói diferenciais competitivos para a organização.
- Aumenta condições para a empresa se diferenciar no mercado.
- Promove a profissionalização da organização.
- Eleva o padrão de qualidade de produtos e serviços.
- Aumenta a taxa de fidelização de clientes.
- Proporciona ambiente de inovação.
Após discutir esses resultados, interessava mostrar alguns métodos ou técnicas para alcançá-los. Um deles está relatado no livro de Wick, Pollock e Jefferson (2011) intitulado As Seis Disciplinas que transformam educação em resultados para o negócio:
- Determinar os resultados para o negócio;
- Desenhar uma experiência completa;
- Direcionar a aplicação;
- Definir a transferência do aprendizado;
- Dar apoio à performance e
- Documentar o resultado.
O método começa definindo os resultados que se deseja alcançar para o negócio da empresa e os comportamentos esperados que os colaboradores desenvolvam para alcançar esses resultados. A partir dessas informações, que deve envolver todos os gestores e não só o RH, faz-se o desenho da experiência de aprendizado mais adequado. Esse modelo ressalta a importância da transferência do aprendizado, ou seja, como o funcionário vai colocar em prática o que aprendeu e transferir para outros. O outro método apresentado foi o 70-20-10, segundo o qual a aquisição das competências acontece da seguinte forma:
- 70% de missões difíceis e desafios profissionais;
- 20% vindo de colegas e superiores;
- 10% à formação tradicional e leituras.
Sendo assim, a aprendizagem organizacional não pode e não deve ser vista como uma atividade isolada, segmentada e sem relação com o ambiente e com o cotidiano profissional.
Para encerrar o Webinar, no terceiro bloco foram apresentados alguns números do Panorama do Treinamento no Brasil 2018/2019, estudo que investiga os principais indicadores de gestão de Treinamento e Desenvolvimento no país:
- Em 2018, as empresas brasileiras investiram em treinamento e desenvolvimento (T&D) uma média de R$ 2,21 milhões – montante que representa 1,62% das despesas com folha de pagamento.
- A indústria é o setor que mais investe (2,2%), seguido de serviço (1,6%) e comércio (0,68%).
- 86% das empresas trabalham com um orçamento anual de T&D.
- 22% das empresas possuem universidades corporativas.
- 24% das empresas não usam o e-learning ou EaD.
- 15% das empresa optam por e-learning ou EaD.
- 62% das empresas ainda optam por treinamentos presenciais.
Os vídeos da transmissão já estão disponíveis na página do YouTube do EaD em Pauta. Eles estão divididos por blocos, conforme detalhado no texto. Já a apresentação usada para conduzir as discussões pode ser acessada aqui. Agora, se você prefere só ouvir a transmissão, então acesse a página do podcast.
E já marca na agenda o próximo Webinar #GoLearning: dia 28 de maio, 19h, com o tema Inteligência Artificial na Educação.