Contribuição da Co11ectada Sara Luíze Duarte
No artigo do mês de janeiro compartilhamos o que esperamos para a educação em 2020. Neste mês, entendemos ser necessário fazer a construção do que é esperado versus o que é ministrado nos encontros pedagógicos realizados, geralmente, antes do início das atividades acadêmicas, restringindo essa reflexão às Instituição de Ensino Superior (IES) apenas.
Vamos começar com uma pergunta:
Você sabe para que serve os encontros pedagógico e como eles são preparados?
Realmente nem todos os docentes das IES sabem como a direção pedagógica e equipe planejam, preparam, e se orientam para a execução desses encontros pedagógicos, já que esse processo é restrito somente a alguns profissionais. Sendo assim, é importante saber que as capacitações pedagógicas são baseadas em critérios estabelecidos pela gestão acadêmica e envolve uma formação visando promover continuamente o desenvolvimento dos profissionais da educação. As tendências, discussões, experiências e vivências do mercado educacional são levadas em consideração ao se buscar estabelecer os critérios estipulados. Em tese, tudo que é proposto visa a melhoria contínua dos processos que envolvem o ensinar e aprender para o planejamento do semestre letivo.
Por esse motivo, o encontro pedagógico seria uma excelente oportunidade para amenizar o distanciamento e aproximar as equipes das modalidades presencial com a EaD. Entretanto, são muitas as instituições que fazem dois encontros, ou seja, separam as equipes de acordo com a modalidade de ensino.
Entendemos que, em alguns momentos, as modalidades têm especificidades a serem trabalhadas em separado, mas, também, temos a certeza de que, ao aproximar as duas equipes (presencial e EaD), pode-se ter ganhos e um deles é diminuir o preconceito com a EaD, pois, em muitos casos, ainda há resistência.
Em geral, os encontros pedagógicos têm como ponto forte a troca de experiências com profissionais externos e em um segundo momento, a exposição de briefings e cases pré-estabelecidos por profissionais da casa. Nesse sentido, posso afirmar que ao longo dos meus mais de 12 anos na docência, esse segundo momento tende a ser mais relevante que o primeiro, envolvendo o profissional externo. O conhecimento específico e a vivência diária da realidade da IES se constituem o diferencial para o encontro pedagógico.
Por outro lado, sabemos, também, que trazer profissionais de fora para os encontros pedagógicos tem seu valor agregado, ainda mais quando esse profissional “combina” com os valores e perfil da IES.
Ao trazer profissionais renomados, constitui-se em um momento valioso em que a instituição faz um importante investimento, demonstra que valoriza seus colaboradores e visa estimular todos (motivação é a palavra da moda) a aproveitarem esse momento. O bônus para o colaborador é a possibilidade de “medir” o seu nível de atualização em relação às práticas pedagógicas e acompanhar as tendências educacionais com outras realidades fora da IES em que trabalha.
Outro detalhe que percebo constantemente é que quanto mais a IES conhece seu perfil institucional e docente, pilares educacionais e metodologias de ensino, mais fácil se torna a tomada de decisão de quem trazer ou qual caminho seguir na proposta do encontro e capacitação pedagógica.
Uma dica valiosa que dou é que se tenha cautela ao trazer algum profissional externo. É de suma importância que tal profissional realmente agregue valor na formação e que esteja alinhado ao perfil institucional. Apesar da boa intensão, todo o investimento feito poderá gerar uma expectativa muito grande, acompanhada de uma frustração coletiva, gerando mais insatisfação, pouco aproveitamento e a sensação de perda de tempo.
Realizei uma pesquisa no que foi visto nas atividades acadêmicas, entre o final do mês de janeiro e meados de fevereiro, e encontrei essas temáticas (escolhidas a dedo):
- Empatia e seus múltiplos desdobramentos, inclusive na captação e retenção dos alunos
- Design thinking
- Time de alta performance
- Desenvolvimento do trabalho discente
- Aprendizagem significativa; aprendizagem baseada em projetos; aprendizagem criativa
- Soluções educacionais com metodologias ativas
- Projeto integrador em função do problema e da integração entre as equipes
- Práticas (ino)vativas
- Elaboração de itens avaliativos
- Gestão de curadoria de conteúdos; curadoria na educação
- Gamificação; machine learning
- Presente e futuro da educação híbrida; desafios da implementação de modelos híbridos de educação e formação
- Gestão do NDE e os instrumentos avaliativos vigentes
- Indicadores de qualidade no ensino superior
- Avaliação por competências
Considerações das demais Co11ectadas:
Somos favoráveis ao diálogo coletivo na construção do planejamento das capacitações pedagógicas, acreditando que o planejamento deve ocorrer em duas vias. Reconhecemos o valor do profissional externo, quando bem alinhados ao contexto institucional. No entanto, partilhamos da crença de que o profissional da casa tem muitas contribuições no caminhar pedagógico, uma vez que reconhece os processos e a cultura da instituição. Afinal tem-se um valioso conhecimento a ser prestigiado, além de ser acessível aos colegas, permitindo a socialização e a mobilização entre os próprios pares.
E para não delongar demais o texto, ressaltamos que devemos priorizar a integração dos “times” da casa (EaD, presencial, pedagógico) e buscar, a partir daí, propostas para o planejamento das capacitações pedagógicas. É nítido quando há trocas de experiências positivas entre nossos profissionais e ao “temperar” essa experiência com outros profissionais externos, os saberes se unem em função do mesmo propósito – isso faz toda a diferença!
É sempre uma aula conversa com a Sara, pessoa que admiro muito!
Parabéns pela matéria professora!
Excelente abordagem Professora Sara.
Acredito na troca de experiências como mecanismo de aprendizagem continua.