O que as empresas podem esperar sobre Diversidade e Inclusão a partir de agora?

Muito se falou sobre diversidade e inclusão nos últimos meses, e a necessidade de iniciativas voltadas a esse tema para a prosperidade das organizações. São assuntos que várias vezes começam na mesa de um(a) CEO, que busca proporcionar um ambiente criativo e inovador de trabalho, ao mesmo tempo em que procura estabelecer uma vantagem competitiva da sua empresa frente à concorrência.

Para os próximos meses, os tópicos que se destacam são: boas práticas ESG, acessibilidade digital, e saúde mental. Esses são alguns dos pilares dentro da diversidade e inclusão que não podem ser deixados de lado pelas organizações.

As diretrizes ESG estão mudando o cenário do mercado global, o que reflete no ecossistema corporativo brasileiro de maneira expressiva. No entanto, muitas empresas nacionais ainda não sabem como dar os primeiros passos em direção a essas boas práticas. Thalita Gelenske, CEO e fundadora da BlendEdu, startup educacional que visa promover a diversidade e inclusão nas empresas, dá algumas dicas de como começar a se adaptar perante a esse cenário:

“Práticas de ESG e de diversidade vão muito além de planilhas, indicadores e matriz de materialidade. Elas pressupõem humanizar processos e construir culturas organizacionais melhores. Para isso, precisamos empoderar pessoas e comunidades (diversas, é claro). Uma grande tendência para os próximos anos é o fortalecimento de comunidades internas dentro das organizações, formadas por pessoas plurais, em um ambiente onde a aprendizagem está no centro e a tecnologia é uma alavanca para potencializar impacto. Ou seja, o futuro das organizações passa por gestão da diversidade, criação de comunidades, transparência, aprendizagem contínua e tecnologia social e digital.”

Ao ter em mente a vontade de incluir pessoas nos mais diversos meios, não se pode deixar de pensar em acessibilidade. Por meio de inovações tecnológicas é possível promover acessibilidade também no espaço digital. Assim, surgem as tecnologias assistivas, recursos e serviços criados para facilitar a vida de pessoas com deficiência. A nível global, esse mercado deve crescer cerca de 7% ao ano, algo que as empresas não devem ignorar.

Ronaldo Tenório, CEO e co-fundador da Hand Talk, startup que quer quebrar as barreiras de comunicação entre pessoas surdas e ouvintes por meio da tecnologia, defende que “investir em acessibilidade digital não é filantropia, mas uma grande oportunidade de negócio. Esse é o grande desafio desse mercado, que até recentemente tinha enorme dificuldade em se provar como um investimento inteligente. Hoje já é diferente. As empresas estão percebendo a importância da acessibilidade, e veem que se não começarem a tomar atitudes relevantes de inclusão e acessibilidade, seja no meio físico ou digital, elas vão ficar para trás. Ser acessível te permite se comunicar com um público em potencial gigantesco, que normalmente é deixado de lado.”

Abraçar a diversidade e inclusão ainda conta com a valorização da saúde mental das pessoas que se relacionam com a sua empresa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo. A pandemia da COVID-19 trouxe à tona mais discussões sobre o tema, junto de uma piora nos quadros de saúde mental da população. Inclusive, a partir deste ano a Síndrome de Burnout se torna oficialmente uma doença do trabalho, sendo classificada como um estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso.

Diante desse cenário, Ines Hungerbühler, Chefe do Departamento de Psicologia da Vitalk, ressalta a importância de criar mecanismos de prevenção e também de promoção de segurança psicológica nas organizações. “É de uma importância que as lideranças e o RH desenvolvam um ambiente psicologicamente seguro. Apenas estando imerso em um ambiente de acolhimento e respeito pelo colaborador como ser humano, as vulnerabilidades poderão ser realmente compartilhadas e apoiadas da forma correta. Esse ambiente é criado tanto por meio de comunicações internas, quanto com treinamentos para as lideranças e rodas de conversa entre os colaboradores e psicólogas capacitadas para esse tipo de interação.

Estar de olho nas tendências de diversidade e inclusão é uma boa estratégia para as empresas que buscam se destacar no mercado, tanto perante aos seus clientes, quanto aos seus colaboradores. O momento é ideal para começar a planejar mudanças na cultura da organização que engloba iniciativas desse tipo, contribuindo para um mundo mais justo e inclusivo para todos, além de se tornar uma vantagem competitiva de peso.


Foto: Freepik

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