Divulguei, recentemente, um curso que terá início no dia 16 de março, denominado EaD mão na Massa, o qual utiliza os conceitos de aprendizagem maker e working learning. Algumas pessoas me questionaram sobre a metodologia do curso e o que seriam esses conceitos. Engana-se quem pensa que uma educação mão na massa está limitada ao espaço onde acontece e aos recursos utilizados. O aprendizado maker pode acontecer numa sala de aula tradicional ou mesmo virtual, sem grandes mistérios. Basta, apenas, criatividade.
Há pouco tempo entrevistei a professora universitária Samara Lopes Barbosa, adepta do movimento maker na educação. Ela explicou que o princípio da aprendizagem mão na massa é o de que qualquer pessoa é capaz de fazer qualquer coisa e que, ao seu ver, é um tendência de pensamento relacionado ao agir e fazer de forma compartilhada. Samara citou um exemplo de aplicação de aprendizagem maker numa aula sua de Projetos: “entreguei para cada aluno dez canudinhos e um metro de fita crepe. Eles tinham que montar uma embalagem para proteger o ovo. Depois de pronta, deveriam soltar essa embalagem na altura de um metro sem quebrar o ovo”. E destacou: “Na aprendizagem maker o aluno perde o medo de errar e entende que o experimentar faz parte do processo”, explica a professora. Quem quiser ler a entrevista na íntegra (vale a pena!), é só acessar a fanpage EaD em Pauta no Facebook.
Observem: não foi usada nenhuma tecnologia, nenhuma ferramenta sofisticada. Só canudo e fita crepe! E quantos conceitos/disciplinas podem ser trabalhados nessa simples atividade: planejamento, design, física, trabalho em equipe, componentes nutricionais do ovo, lei da gravidade, entre outros. Trazendo alguns fundamentos teóricos (porque professores adoram isso!), a educação mão na massa vai ao encontro do ideal pedagógico da Escola Nova, de John Dewey (1859-1952), que defende o fato de o pensamento analítico só acontece quando há um problema ou desafio a resolver. Por isso, ele considerava a sala de aula um grande laboratório, prezando o ensino de forma prática. Bom, isso pode explicar porque Dewey é considerado o precursor das metodologias ativas e, acrescento, da educação mão na massa!
Outra convergência da aprendizagem maker é com a teoria construtivista, desenvolvida a partir dos estudos do psicólogo Jean Piaget, a qual remete ao papel ativo dos sujeitos na construção de suas estruturas cognitivas. Para Piaget, o conhecimento é uma construção em constante processo. Nesse sentido, errar deve ser visto como uma etapa necessária: ausência de erro denuncia ausência de experimentação. E sem experimentação não há aprendizado! E ainda no construtivismo de Piaget, o educador é o facilitador desse processo de erro/aprendizagem. Até mesmo Vygostsky, conhecido por discordar da teoria construtivista de Piaget, traz consideráveis contribuições para a aprendizagem maker quando considera importante a interação do indivíduo com o ambiente, chamada de experiência pessoalmente significativa.
Revendo todos esses embasamentos teóricos, não posso deixar de correlacionar com os princípios andragógicos de Knowles (1970): autonomia, iniciativa, experiência de vida, interatividade, clima de segurança e respeito…
Agora que esses conceitos estão mais claros, pergunto: por que boa parte do nosso atual processo de ensino-aprendizagem não considera tudo isso? Se a teoria é tão bonita, pode ficar ainda mais apreciável na prática…
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