Expediente #5 – Planejamento pedagógico para educação remota

O quinto episódio do Expediente abordou o tema planejamento, sugerido por expectadores que vêm acompanhando os demais programas. Os convidados desta vez – professores super competentes pelos quais tenho muita admiração e respeito – foram unânimes em afirmar que empatia, acolhimento e escuta afetiva devem pautar qualquer planejamento pedagógico daqui para frente. E a lição que tirei, ouvindo esses especialistas falarem, é que isso vale não apenas para a educação – seja remota, presencial, a distância… – mas, também, para a vida.

Os professores compartilharam como foi, para eles, o processo de transição da educação presencial para a remota emergencial, devido à pandemia, destacando os desafios que, inclusive, ainda permanecem, considerando a diversidade de cenários e públicos envolvidos.

De acordo com o professor Paulo Maciel, da Escola Sagrado Coração de Jesus, em Itajubá (MG), foi uma transição complexa, especialmente para quem não tem autonomia, como é o caso das séries iniciais, que precisam de alguém para conduzir, orientar e acompanhar o processo educativo. Por isso, precisou ser feita com muita cautela para não causar traumas nas crianças e nas famílias. “A parceria entre os pais, comunidade e escola foi fundamental para que a transição acontecesse sem grandes prejuízos”, destacou.

O uso de ferramentas tecnológicas fez total diferença nesse processo e o problema foi justamente este: muitas instituições de ensino não estavam preparadas para investir em tecnologia e na capacitação de professores no uso dessas tecnologias.

Viviane Cupello, fundadora da CAPAS – Ações para Educação, destacou que o desafio maior foi com a Educação Infantil: “como manter o vínculo e a criança motivada por meio de uma tela e de forma efetiva?”. A simplicidade e a vulnerabilidade foram os grandes trunfos nesse dilema.

Quando percebemos que a simplicidade tinha um alcance maior do que a complexidade; quando diminuímos a expectativa do que fazer e como fazer e optamos por atuar na necessidade, fazendo o menos bem feito – que no atual contexto é muito – o alcance foi efetivo e afetivo, porque tinha coerência com a realidade das crianças. Para isso, foi preciso levar em conta o turbilhão de emoções por trás da situação que nos desafiava.

Mirella Bravo, que é professora universitária e mãe de duas crianças, compartilhou a experiência de estar ao lado das filhas durante as aulas em casa e destacou o esforço da escola e dos professores em manterem o vínculo com os alunos por meio das tecnologias e com muita criatividade. “Percebo que minhas filhas gostam disso e sentem a ‘presença’ da professora ali com elas”. 

Juliana Santos destacou que, no Ensino Superior, onde atua, foi fundamental ouvir os professores e alunos para estruturar o planejamento da educação remota. “Ouvir a necessidade de cada um contribuiu para capacitarmos mais assertivamente os docentes e atendermos, na medida do possível, as expectativas dos estudantes”. 

Um dos pontos altos do episódio foi a consideração que o professor Paulo Maciel fez sobre a importância da gestão escolar neste contexto de pandemia e que foi reforçada pelas demais convidadas. “É importante destacar que as questões legais e os protocolos, que estão sempre mudando, impactam nas decisões que o corpo diretivo da instituição precisa tomar dia a após dia e, consequentemente, no planejamento, que vai além do pedagógico. Envolve a preparação do ambiente escolar para o retorno às aulas presenciais ou mesmo para a continuidade da educação remota”. Isso envolve, por exemplo, um plano de sanitização; outro para aumentar o número de aulas on-line síncronas, porque o mês de Janeiro é de férias obrigatórias para o professor; outro para horário de aulas que não coincidam com alunos que estão na mesma casa e precisam usar o mesmo computador…

A observação do professor e o seu bom senso estão salvando o nosso processo pedagógico. Ele percebe a dificuldade e entra em contato com o aluno para entender melhor o que está acontecendo. Essa aproximação está ficando muito mais clara para os pais, agora, e são as tecnologias que estão permitindo isso.

O episódio trouxe muitas provocações e considerações sobre a realidade da educação brasileira, os custos que as instituições de ensino estão tendo para se adaptar e o que está por vir de agora em diante.

Vale a pena conferir e, depois, aproveita para curtir, compartilhar e responder a Pesquisa de satisfação

 


Confira a playlist do Expediente, com todos os episódios até o momento.


 

1 comentário em “Expediente #5 – Planejamento pedagógico para educação remota

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