Contribuição da Co11ectada Inês Aparecida Ferreira
Que transformações estamos vivendo!
Dizer que a pandemia nos trouxe inúmeros desafios na educação é chover no molhado, mas é o que está acontecendo.
Primeiro veio o susto, e agora?! A paralisia tomou conta no primeiro momento.
Depois, a situação estava ali, clara como o dia, tínhamos que agir. Foi e está sendo uma corrida louca em busca de soluções, aprendizado e mais aprendizado para podermos entregar novas formas de aprendizado, novas formas de competências e habilidades para o trabalho pedagógico exigidos do professores para que atue neste momento e no ambiente tecnológico.
A tecnologia serve como mediador do processo ensino-aprendizagem. No entanto, a formação de professores para essa nova era tecnológica não tem sido incluída de modo efetivo pelas políticas públicas e, muitas vezes, pelos próprios professores que ainda resistem às mudanças. Como resultado, evidencia a fragilidade das ações e da formação por meio de interesses econômicos, políticos e de acomodação.
As mudanças na educação tiveram que ser bruscas e nós, professores, amadurecemos intelectualmente e emocionalmente, ficamos mais curiosos, entusiastas, abertos, motivadores. Aprenderemos mais se soubermos enfrentar os desafios e os medos, adaptando-nos e começando uma nova forma de olhar, comunicar e de agir.
Este artigo trás um enfoque metafórico do impacto da pandemia sobre o papel dos professores pela aprendizagem constante recebida via rede em termos de conteúdo, métodos e uso da tecnologia, apoiando o trabalho do professor no ensino.
Professor (Herói) é aquele que se transforma e aprende. A jornada do herói é um modelo narrativo identificado por Joseph Campbell em diversas histórias antigas e contemporâneas da humanidade. Campbell, um estudioso da mitologia, pesquisou metodicamente mitos e histórias de culturas distintas e notou uma ligação entre elas.
Nada mais atual, daquilo que estamos vivenciando com a pandemia, do que demonstrar o caminho do professor (Herói) no enfrentamento de suas dificuldades com o distanciamento social e suas práticas, em busca de novo aprendizado e soluções para o enfrentamento da Covid-19.
Ao atingir o final de sua jornada, o herói não regressa no mesmo patamar que causou sua busca. Uma das premissas desse modelo é que, ao mesmo tempo em que edificamos conhecimento, também se amplia, proporcionalmente, nossa “falta de conhecimento”.
Por meio de percursos cíclicos de aprendizagem – também representados por uma espiral –, retornamos ao nosso mundo conhecendo mais, mas também nos questionando mais. Aplicando o padrão à jornada do herói, a cada vez que ele torna de um experimento, suas perguntas crescem na medida dos novos saberes e das experiências acumuladas. Talvez seja por isso que o herói-professor sempre almeja embarcar numa nova jornada.
Se todos nós temos um “quê” de herói, a jornada pode ser uma boa mentora para compreendermos nossos próprios caminhos de aprendizado para os próximos anos pós-pandemia. Nesse sentido, pode ser encarada como uma metáfora do nosso próprio percurso de desenvolvimento. Ao entender a contradição da aprendizagem “mais conhecimento = mais questionamento”, fica claro que a jornada não finaliza.
Aprender é para a vida toda!