Terceira Idade na EaD

Contribuição da Co11ectada Mônica Campos

Vive-se um momento em que ser idoso deixou de ser sinônimo de incapacidade, improdutividade e dependência. Pelo contrário, os “adultos maduros” de hoje são ativos, produtivos, antenados, independentes e muitos são altamente tecnológicos. A longevidade é uma realidade e precisamos ter atenção à suas demandas, em todos os segmentos, entretanto o nosso foco é voltado para a educação.

Nos últimos anos temos percebido a presença de alunos da terceira idade nos cursos de graduação na modalidade a distância on-line. Estudos apontam que o perfil do aluno EaD é mais “maduro”. Importante mencionar que não estamos nos referindo à Universidade da Terceira Idade e, sim, cursos regulares de graduação.

Considerando que eles estão cada vez mais presentes e atuantes, por que não olhamos com empatia para este movimento? Qual é o caminho?

São vários!

Em nossa prática docente temos prestado atenção ao que dizem, ao que fazem, em como se comportam. É no detalhe sútil que percebemos e identificamos a necessidade deste aluno. Também buscamos proporcionar conversas individuais e com isso abrimos as portas ao diálogo.

Esse público particularizado, em qualquer que seja o curso/e ou disciplina, precisa ser assistido com um “olhar diferenciado. Muitos, talvez, passaram tempos sem estudo; podem ter dificuldade para acessar a tecnologia e em como utilizá-la e, por vezes, podem ter acesso à informação, mas não conseguem transformá-la em um processo de aprendizagem.

A aprendizagem colaborativa precisa ser mais utilizada entre os “adultos maduros” para que o conhecimento possa advir com a interação dos colegas, professor, filmes, revistas, dentre outros, em uma verdadeira abordagem híbrida. E vale destacar, também, o importante papel do professor-tutor que deve ter várias funções inerentes ao seu trabalho, principalmente a afetividade no tratamento a esses estudantes.

São alunos que chegam com vitalidade, disposição e muita vontade em aprender, compartilhar vivências, trocar experiências e interagir no mundo virtual/presencial. Em nossa prática docente, nesta modalidade de ensino, constatamos que alguns precisam de um acompanhamento mais próximo e, quem sabe, o “pegar na mão”. Afinal, eles são diferentes dos nativos digitais.

Os imigrantes digitais estão se apropriando das novas formas de se adequar às tecnologias, alguns com mais facilidade e outros ainda presos aos “sotaques” que, segundo Marc Prenky (2001), referem-se à manutenção de alguns hábitos dispensados pela tecnologia, no entanto, essenciais para essas pessoas como, por exemplo, a impressão de textos em vez de ler na tela do computador.

Outro aspecto relevante é encontrar, em uma mesma sala de aula virtual, gerações distintas caminhando para um mesmo objetivo: dar continuidade aos estudos e/ou concluir a graduação. Diante desse cenário, ficam as indagações:

Como ficam as estratégias de ensino e aprendizagem, as interações, o cuidado com a intergeracionalidade? Como, nós docentes, estamos cuidando dessas gerações? Sabemos lidar com eles e com a diversidade geracional? E o que as instituições de ensino têm feito sobre isso?

Temos visto campanhas de “bolsa maturidade” utilizadas como atrativo para captar alunos. Em uma rápida busca na internet encontramos apenas uma instituição que diz oferecer diferenciais de ensino para este público. O material de divulgação é muito bom e emociona. Só não tivemos oportunidade de conhecer como este aluno, “adulto maduro”, é acompanhado, de fato.

A iniciativa desses alunos – lançar-se ao desafio de fazer uma graduação nesta etapa da vida – nos deixa uma grande lição: não temos prazo de validade! Sempre há tempo de aprender, atualizar, interagir e (re)reconstruir novas escolhas e novos cainhos.

A educação é processo permanente e deve ser para todos.

Você já identificou esses alunos em sua sala de aula virtual? Sim? Como foi? Comente conosco e traga suas percepções.


Artigo produzido com a colaboração das Co11ectadas: Maria Bethânia Batista, Sara Luíze Duarte e Viviane Monteavaro.

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